
O significado real do amor.
A palavra amor tem um significado amplo. Há quem diga não haver como definir; muitos dizem apenas poder sentir. Amor pode aparecer na compaixão destinada a outro ser; pode estar na afeição que se sente pelos filhos, na misericórdia dispensada a um irmão. O amor pode ser ingrediente da paixão, daquela cheia de apetite, do desejo e da libido. Ele ainda pode se dar na satisfação sentida pelas vitórias alheias, pela certeza dos amigos; num simples querer bem desinteressado e inibido.
O amor é certo de ser ele um grande vínculo; está na face oculta de Deus, na vida, naquele e seu afim; é ele, uma semente existente em todos os seres; não importa se seja amor do grego ou latim. Amor sempre será divindade, e impossível de realidade; pois estará sempre em tudo o que é essencial. O amor é fundamento, fundamental.
O amor pode ser a falta, de Platão, quando o amante procura no amado as fantasias, das idéias e verdades que o outro não possui. Mas pode estar como os pensamentos de Sócrates, sendo a única coisa possível de se entender, falar e sentir.
O amor é permitido quando passar despercebido; e da natureza se sente aquilo que não se planejou por outro ser, seja ele quem for. O amor vem das almas quando retrata Eros e Psique, neste se mesclam espírito e prazer. Mas pode, assim, o amor esperar algo em troca; ponderado entre prós e contras antes de se comprometer.
O amor pode ser carinho, altruísmo, reciprocidade e compromisso; e se misturar entre tantos adjetivos e substantivos; pode alterar os ritmos cardíacos, mas será sempre um empenho a fazer. De certo que o amor é mais, muito mais do que eu ou você.
Mas analisando a fundo a palavra amor, separando suas sílabas, tem este sentimento um claro sentido, um significado oculto, A – mor. A é negação, ausência e é prefixo. Sem A, mor é grande, diminutivo de maior, pode ser um nome. Sem mor, “A” é letra de nome, pode ser mínimo, solidão, abnegação.
Por isso, amor é a ausência do egoísmo, negativa para o ódio; o perfume do espírito. O Eu sem “A” é maior, o Eu com “A” é um risco. Embora profundo, o amor é sereno, discreto e rijo. O amor acontece de fora pra dentro, mesmo que seja num pequeno suspiro. Ele é o paradoxo de seu maioral quando quem o sente torna-se grande e ausente. Amar é negar a si mesmo, para entender o outro; é dividir-se em muitos, é multiplicar-se em tantas lembranças; e tatuar diversos corações apenas com gestos bastante simples.
by CRISCAL
copyright : Cristiane Calheiros